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13 DE MAIO

“Hoje, porém, que o Brasil considera o homem unicamente como irmão do homem, hoje que o Brasil conhece a sua pujança pela homogeneidade de sua massa, hoje que a nação reconhece o homem vinculado ao homem pelos mais estreitos laços da liberdade, hoje finalmente que a nação contempla em jubiloso êxtase a justa igualdade dos direitos e deveres de seus filhos, pela grandiosa e imortal obra da redenção, é hoje também que terá o Brasil completado a sua independência.


Portanto, Senhora, devemos considerar o dia 13 de Maio como verdadeiro dia de festa nacional.”

(Transcrição de parte do discurso proferido por Luiz Pedro Drago ao oferecer à Princesa Isabel a pena com que foi assinada a lei Áurea, em 13 de maio de 1888.)

Em 1888, ou seja, há 128 anos, uma lei oficializava o fim da escravidão no Brasil. Mas, infelizmente, ainda hoje, sentimos as marcas sociais que esse fato nefasto de nossa história nos deixou: desigualdades, discriminação, preconceito... As belas palavras do orador ao entregar a caneta com a qual a lei seria assinada, ainda não se cumpriram integralmente. Ainda buscamos igualdade de direitos que ele se referiu.


O tempo que passou entre a assinatura da Lei Áurea e os nossos dias – mais de um século – não foi capaz de apagar as cicatrizes que a escravidão cavou no nosso passado. Atenuou sim algumas delas, mas (re)abriu outras feridas que hoje nos levam ainda a lutar pela igualdade prometida.


Se mesmo após mais de 120 anos ainda se enfrenta preconceito racial e social, imagine então o que foi a declaração do Caboclo das Sete Encruzilhadas, em 1908, apenas 20 anos após da assinatura daquela lei, de que os “espíritos de pretos” trabalhariam em favor dos “humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos, encarnados e desencarnados”!


Eis o que nossa religião prega: liberdade, amor, caridade; a defesa da igualdade entre todos e do respeito mútuo que nasce dela.


Liberdade, amor, caridade, igualdade, respeito forma a própria essência de nossos amados Pretos Velhos!


Por isso, hoje e sempre, pedimos aos nossos Vovôs, Vovós, Pais, Mães, Tias e Tios Pretos de Aruanda, símbolos maiores da caridade, que nos ajudem a nos livrarmos dos grilhões do egoísmo, a nos libertarmos das amarras da ignorância e a nos colocarmos ao trabalho pelo nosso próprio bem e pelo bem de todo e qualquer irmão que precisar!


“Vovô me ensina a ler

Vovô quero aprender

Me empresta a sua cartilha

Que eu também quero aprender...”


Salve, os Pretos Velhos! Saravá, Iofá!

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