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SALVE, SÃO JERÔNIMO! SARAVÁ, XANGÔ!

Xangô, senhor do equilíbrio, mestre da justiça, é a pedra basilar da Umbanda.


Ele nos ensina que tudo é uma questão de merecimento, e que nossos merecimentos estão todos registrados no livro das existências de cada um - nossa autobiografia - que escrevemos enquanto espíritos eternos que somos, dia a dia.


Para cada encarnação nossa, abrimos um um capítulo novo em nosso livro. Mas, autores desatentos que somos, quando iniciamos o novo capítulo, mais das vezes, esquecemos o que havíamos escrito antes; esquecemos - ou fingimos esquecer! - o que escrevemos ainda na página anterior e achamos que uma frase nova, um novo cenário ou uma personagem a mais que se apresenta no enredo apaga toda nossa história... Assim, por vezes, nos perdemos em nossa própria narrativa, a tornamos incoerente, e até reclamamos dos rumos que damos ao personagem principal: nós mesmos.


Para nós, Xangô é o revisor atento dessa nossa autobiografia. O que apenas aponta as relações entre os atos descritos antes e as consequências dos mesmos nas páginas seguintes. Aponta as inconsistências; e nos relembra da necessidade da coerência e da coesão ao escrevermos nossa história. Nos adverte que aquela nova frase, o cenário diferente e a personagem que surgiu podem sim modificar os rumos, mas que não podemos simplesmente arrancar as páginas anteriores e fingir que o resto da história até então já não foi escrito, não aconteceu. Essa é a regra de Xangô: a lei da justiça.

Ele vê o todo, lembra o que escrevemos em cada um dos nossos capítulos e sabe exatamente o desfecho mais justo para cada ato nosso. Por isso, nossa Umbanda nos ensina a não pedir que Xangô use sua pena para ajustar nossa história. A não clamar por justiça. Pois ela é lei maior e sempre virá.


A Xangô pedimos apenas "agô", "maleme", misericórdia, perdão; a força de suas pedreiras para continuarmos a escrever nossa história com retidão; e sabedoria para saber escolher o rumo que damos aos atos do personagem principal de nossa própria história.


Agô, agô, agô

Agô, agô, Meu Pai!

No terreiro de Umbanda, filho de Xangô não cai

Balança filho que tem fé

Quem não tem fé, balança e cai

Por isso que eu peço a Xangô

Agô, agô

Agô, agô, Meu Pai!

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